O churrasco sempre fez parte da cultura gastronômica do ser humano. Desde a descoberta do fogo, ainda na pré-história, o homem começou a assar a carne da caça espetada em pedaços de pau. O alimento era assado ao ar livre, numa fogueira sobre pedras, com auxílio de uma grelha de madeira verde. O churrasco era uma forma mais prática de fazer uma refeição, pois tudo que era necessário para o preparo estava à mão: uma boa faca afiada, uma fogueira preparada em um buraco cavado no chão (fogo no chão), um espeto de vara que podia ser preparado na hora com galhos, um generoso pedaço de carne e sal grosso.
No Brasil
Quando surgiu, nos Pampas gaúchos - que abrangem parte do Brasil, Uruguai e Argentina, o churrasco não era nada parecido com o que conhecemos hoje. Naquela época, por volta do século 17, ainda não existia essa preocupação em comercializar a carne bovina, como nos dias de hoje; o que importava era o couro e o sebo do animal.
Para isso, eram realizadas as vacarias - quando grandes quantidades de gado eram abatidas, para a retirada do que realmente tinha valor comercial naquela época. Depois, os vaqueiros cortavam o pedaço mais fácil de partir e o assavam inteiro num buraco aberto no chão, temperando-o com a própria cinza do braseiro. E essa pode ser considerada a origem mais remota do churrasco.
Com o passar do tempo, os adeptos daquela novidade começaram a crescer; o preparo foi aprimorado e a carne passou a ser cuidada com mais higiene. Aos poucos, o churrasco passou a ser um dos pratos mais conhecidos e apreciados em toda a região habitada pelos gaúchos.
Já na década de 1960, os rodízios começaram a tomar conta dos cardápios do Estado do Rio Grande do Sul, principalmente em restaurantes de beiras de estrada, freqüentados basicamente por caminhoneiros - a quem se atribui a disseminação da novidade pelo resto do Brasil.
Essa nova modalidade do churrasco consistia em servir a todas as mesas ao mesmo tempo; os garçons passavam com vários espetos, recheados de diferentes tipos de carne, oferecendo a quem quisesse, o quanto quisesse. Hoje, esta prática já está completamente difundida, e é adorada pelos apreciadores da boa carne assada.
Paralelamente aos tradicionais cortes de carne de boi, também foram incorporados à lista de itens que compõem um bom churrasco as carnes de frango, porco, lingüiças, miúdos, e atualmente, outros tipos como a de javali e até mesmo a de jacaré. Uma churrascaria moderna trabalha, hoje, com pelo menos dez variedades de carnes; além de todos os acompanhamentos - entre saladas, arroz, feijão tropeiro, farofa e muito mais – criados para tornar esse prato um dos mais populares do País.
Atualmente, o Brasil é o campeão mundial na produção de carne. O rebanho brasileiro é constituído de 165 milhões de cabeças de gado, perdendo somente para a Índia, com 245 milhões. No entanto, é nosso o maior rebanho comercial, pois naquele país a carne bovina é considerada sagrada e, por isso, não pode ser consumida. A ingestão de carne no País está entre as dez maiores do mundo, com 34,5 quilos per capita por ano.
No Estado do Rio Grande do Sul, o churrasco até hoje faz parte da arraigada cultura gaúcha. No resto do País, o prato adquiriu peculiaridades especiais de acordo com a região em que é preparado. Mas o local é o que menos importa; o churrasco brasileiro é de dar água na boca, e tornou-se paixão nacional. Tanto é verdade que, atualmente, podemos encontrar um grande número de excelentes churrascarias em qualquer parte do Brasil.
Sinônimo de festa e confraternização entre familiares e amigos, hoje, a fama do nosso churrasco já atingiu proporções internacionais. Existem churrascarias brasileiras espalhadas por várias partes do mundo, fazendo muito sucesso em países como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Itália, Suíça, Inglaterra, Macau, Singapura e Tailândia.
É a cultura brasileira permeando o mundo por meio de sua deliciosa culinária.
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